
Uma mudança chegou. A música etérea dos Sigur Rós ganhou recheio e um embrulho mais colorido. |
Continuam a ser o estranho fenómeno que se cristalizou de forma global. Os Sigur Rós apostam (e é sem dúvida um grande risco) em usar uma língua que grande parte da população mundial desconhece totalmente. Apesar disso, desde o primeiro registo - Von, de 1997 - a banda tem vindo a crescer a bom passo. Os concertos enchem cada vez mais e as escaladas nas tabelas de venda são cada vez maiores. E qual é então a razão por trás do sucesso destes quatro islandeses? A sinceridade indissociável da voz de Jón Birgisson e os ambientes que levam o ouvinte para o mundo dos sonhos. Cada novo registo da banda é produzido pela banda e encarado pelos fãs como um pequeno tesouro, com camadas de detalhes para ir descobrindo aos poucos. Este novo Með Suð í Eyrum Við Spilum Endalaust (que pela tradução para inglês significará algo como: "tocamos para sempre com um ruído nos ouvidos") não é excepção. Mas enquanto nos álbuns anteriores os instrumentos se apresentavam num grande emaranhado sonoro e tornavam a música menos acessível, agora a densidade dissipou-se e é mais fácil entrar no mundo luminoso dos Sigur Rós para saborear em pleno a voz de Birgisson, que respira de uma outra forma. A banda procurou a ajuda de Flood, produtor que deixou marca importante em álbuns dos U2, Depeche Mode e Smashing Pumpkins. Também pediu auxílio a um coro infantil masculino e a uma orquestra de 67 elementos. O resultado, como seria de esperar, deixa o ouvinte de queixo caído. As paisagens sonoras vão em crescendo desde o luminoso e ritmado "Gobbledigook", com percussão cavalgante, ao introspectivo "All Alright" (primeiro tema da banda cantado em inglês), que põe termo ao disco de forma melancólica, passando pela alegria contagiante de "Inní Mér Syngur Vitleysingur". Mais um disco vencedor, portanto. |
Sigur Rós
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